segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A pequenez de espírito característico de um certo modo de estar português é algo que sempre me impressionou. Quando lemos os jornais portugueses deste mês de Fevereiro, o tema do dia é agora (para além do já habitual e recorrente – embora aparentemente cada vez mais esvaziado de conteúdo - caso Freeport) dedicado aos malandros dos bancos que não emprestam dinheiro suficiente aos particulares e ás empresas.

Quem não tenha a memória curta (mas mesmo muito, muito curta …) deve estar recordado de que até aproximadamente finais de Novembro passado (o Natal veio introduzir novas prioridades á agenda de cada um), o tema recorrente á data, era então sobre os entao igualmente malandros dos bancos que tinham emprestado dinheiro a mais aos portugueses que assim se endividaram muito acima das suas possibilidades e por isso não podiam pagar as dívidas aos bancos que por isso eram também os culpados, e por isso deviam ficar com os calotes em carteira e aceitar isso naturalmente como parte do seu negócio …

Talvez seja de explicar alguns aspectos (mesmo muito) básicos sobre o negócio bancário, nomeadamente que:

1. O dinheiro que o Bancos emprestam não é dos Bancos, é dos depositantes;
2. Os Bancos tem de seguir regras prudênciais na forma como concedem o crédito, pois se não o fizerem estão a colocar em risco os seus próprios depositantes, ou seja, aqueles que neles confiam as suas poupanças;
3. O principal negócio do Banco é o crédito; é na diferença entre os depósitos e o crédito, que ganham dinheiro;


Quando os bancos recusam uma operação de crédito, sabem que estão a perder uma oportunidade de negócio que pode não voltar a repetir-se; Por isso não o fazem de ânimo leve, apenas para aborrecer quem solicita o financiamento; Fazem-no quando tem reais dúvidas sobre o seu retorno.

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